terça-feira, 17 de agosto de 2010

Quem é Jesus?


Quem é Jesus?

Jesus e os Personagens do Antigo Testamento

Percebemos um vislumbre dos personagens do AT no ministério de Jesus, como se esses personagens tivessem vivido, governado e profetizado com o propósito de nos ajudar a compreender a Jesus mais do que viveram para si mesmos ou para seu próprio tempo!
Vemos Abraão indistintamente no segundo plano. Ele aparece primeiro na genealogia da abertura de Mateus: “Livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão”. Nos capítulos 3 e 4, ele é tratado como o progenitor da fé, e, no capítulo 22, Jesus invoca o nome de Deus em relação à aliança dEle com Abraão: “Eu sou o Deus de Abraão...”(22.32) A fé começa com o chamado de Deus para Abraão atinge seu ponto culminante em Jesus.
A figura de Moisés, de modo ainda mais claro, aparece no retrato que Mateus apresenta de Jesus. Em Mateus 8.4, Jesus ordena obediência aos mandamentos entregues por intermédio de Moisés. Na transfiguração, Moisés permanece com Elias, representando a lei e o testemunho de Jesus por parte dos profetas. O ensino de Moisés é o ponto de referencia. E encontramos muitos paralelos sutis com a vida de Moisés espalhados por todo o Evangelho: milagres rodeando a infância de Jesus, tumultos com o governante da terra, massacre de bebês do sexo masculino com a mesma idade que Ele, sua jornada para o Egito e a volta de lá, e sua jornada de quarenta dias no deserto. Jesus, até mesmo, começa seu ministério de ensinamento sobre um “monte”, lembrando sutilmente aos leitores outro monte – o Sinai. Não sei se Mateus quis, ou não, fazer esse paralelo. Todavia, com certeza, Mateus pretende apresentar Jesus como o novo Moisés, pois Jesus parece entender a si mesmo como o novo Legislador para Israel.
Davi. Esse rei foi o planejador do Templo, o maior rei e salmista que, provavelmente, escreveu mais do Antigo Testamento que qualquer outro, com exceção de Moisés. No Evangelho de Mateus, Davi talvez mais que qualquer outro personagem do AT, prediz Jesus.
Uma característica interessante do Evangelho é a ocorrência freqüente de declarações de comparação, declarações que refutam rapidamente qualquer noção de que Jesus era apenas um humilde mestre de moral. Ele não era. Mateus escreve:

Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer.
E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado.
Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam?
Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes?
Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?
Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. (12.1-6)

Bem essa última comparação chamaria a atenção da audiência judaica de Jesus. A narração deixa muito claro a quem Jesus se refere: Ele refere-se a si mesmo.aqui está um judeu do século I que se refere a si esmo como alguém maior que o templo!
Ele ainda não acabara!

Então alguns dos escribas e dos fariseus tomaram a palavra, dizendo: Mestre, quiséramos ver da tua parte algum sinal.
Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas;
Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.
Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas. (12.38-41).

Ele descreve-se como maior que o Profeta Jonas.

A rainha do meio-dia se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é maior do que Salomão. (12.42).

Jesus apresenta-se como maior que o Templo, maior que o profeta Jonas e maior que o rei Salomão. Ele era o sacerdote, o profeta e o rei. A mensagens de Mateus não é nada mais que a própria mensagem de Jesus – Jesus é o Sacerdote que acaba com todos os sacerdotes; o profeta que acaba com todos os profetas; e o rei que, um dia, acabará com todos os outros reis. Esses outros são meros prenúncios dEle.

Jesus, como Filho de Davi

Vimos como o evangelho começa: “Livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi”. O anjo do Senhor refere-se ao pai terreno de Jesus como “José, filho de Davi” (1.20), pois o Messias devia ser da linhagem de Davi.
Quem reconheceu Jesus como Filho de Davi e o chamou por esse nome? No capitulo 9, dois homens cegos gritaram: “Tem compaixão de nós, Filho de Davi” (9.27). No Capitulo 12, quando Jesus curou um homem cego e mudo, as pessoas ficaram atônitas e perguntaram umas às outras: “Não é este o Filho de Davi?” (12.23). No capítulo 15, uma mulher cananéia, cuja filha estava endemoninhada, clamou: “Filho de Davi” (15.22). No capitulo 20.30.31, outros dois homens cegos chamaram Jesus de “Filho de Davi”. E no capitulo 21, a multidão saudou Jesus em sua entrada triunfal em Jerusalém com evidente que os principais dos sacerdotes e os escribas ficam alarmados quando crianças começam a dizer essas palavras.
E acontece esta interessante conversa:

E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus,
Dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi.
Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo:
Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés?
Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho? E ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo. (22.41-45).

Como entendemos essa citação? Jesus cita Salmos 110.1, no qual Davi escreve “Disse o Senhor ao meu Senhor...” Como Davi chama alguém, que não é Jeová, de “meu Senhor”, Jesus entende que Davi sabia que o Messias seria seu descendente. Contudo, Davi não se referiria normalmente a um descendente como maior que ele mesmo usando um título como “meu Senhor”. Davi sabia – e Jesus sabia – que o Filho de Davi seria maior que Davi o fora.
Os que chamaram Jesus de “Filho de Davi”, com freqüência, usaram o título ligado a uma cura. Em Mateus 12.22,23, eles perguntam-se de forma clara se Ele não é Filho de Davi com base nas curas milagrosas que realiza. E no capitulo 15.31, lemos: “De tal sorte, que a multidão se maravilhou vendo os mudos a falar, os aleijados sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver, e glorificava o Deus de Israel”. Esses tipos de milagres estavam associados com o grande dia por vir, pelo qual os israelitas esperavam. E eles estavam vendo isso! Por isso, perguntavam-se: “Ele é quem esperamos?”
Surge outro pastor em Israel, pastor esse maior até mesmo que Davi. A certa altura, Mateus fala de Jesus: “E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor (9.36). Esse Filho de Davi é compassivo e atencioso. Em um surpreendente cumprimento do grande salmo de Davi: “O Senhor é meu Pastor”, Pedro, por fim, percebe que esse pastor que veio a conhecer é de fato o Messias: “Tu és o Cristo”. (16.16).

Jesus, o Messias

Mateus deixa claro que Jesus é o Cristo ( palavra grega para Messias). Ele é o Ungido pelo qual o povo de Deus espera há muito tempo (1.1,16,17,18). Esse tema continua no restante do Evangelho. No Capítulo 2, quando os magos procuram pelo rei do Judeus, Herodes sabia que eles procuravam pelo “Cristo”.
Mateus relata o que João Batista disse: “E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos a dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro?” (11.2,3). João Batista sabia que Jesus era especial, na verdade, que Ele era ´Cordeiro de Deus. Sabemos isso a partir do relato do batismo de Jesus. Todavia, parece que ele apenas reconhece Jesus como o Messias, em parte, por causa do ensinamento, da pregação e da cura de Cristo. Talvez isso explique parcialmente por que Jesus chama a João de o maior dos profetas, mas o menos no Reino de Deus (11.11). Deus ainda não revelara a ninguém que Jesus era o Messias. Deus também ainda não dera o batismo em que as pessoas ficavam cheias do Espírito do ressurreto Messias. Não obstante, João B. por meio da graça que lhe fora concedida, conhecia tanto o AT que pôde perceber vagamente o Messias em Jesus. A seguir Mateus registra nas palavra de Pedro o ponto Crítico desse Evangelho.

E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.[...] Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo. (16.13-17,20).
Jesus aceitou a declaração de Pedro de que Ele é o Messias. E Pedro entendeu que Jesus é mais que Filho de Davi e o Messias – Ele é o Filho de do Deus vivo. É isso que os fariseus não entendem quando são confrontados com o Salmo 110.
Do começo ao fim dos evangelhos, como aqui em Mateus 16, encontramos Jesus dizendo aos discípulos e a outras pessoas para que não contem aos outros que Ele é o Messias. As pessoas tinham muitas falsas idéias a respeito do Messias, a maioria pensava nos aspectos políticos dEle e um pouco mais ( Por Exemplo, Is 9.6,7). Elas acreditavam que essa pessoa viria e as libertaria do governo de Roma, mas não associavam a promessa de Isaias 9 com a de Isaias 53. o Rei também seria um servo sofredor, carregando os pecados do seu povo. Todavia, como o verdadeiro Messias, Jesus Reúne essas duas profecias diferentes em sua pessoa – Rei e servo.
Durante o julgamento de Jesus, o sumo sacerdote disse-lhe: “Conjuro-te pelo Deus vivo que nos diga se tu és o Cristo, o Filho de Deus” (26.63). E a resposta dEle não foi bem recebida: “Então, cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu?” (26.67,68), a liderança judaica entendia a quem Jesus se referia quando se apresentava. Pilatos, embora de forma mais desinteressada, também se referia a Jesus por esse título talvez Pilatos também visse algo em Jesus. Se isso for verdade, ele torna-se apenas mais culpado. Mateus escreve: Portanto, estando eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo? (27.17) e a seguir: Disse-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado. (27.22).
É muito irônico, o povo pede a seus opressores que matem Aquele que veio libertá-los de forma mais plena do que poderiam sequer imaginar.
Assim Mateus, os magos, João Batista e Pedro, os sacerdotes e Pilatos, todos reconhecem de alguma maneira que Jesus é, ou afirma ser, o Messias.

Mas Jesus chamou a si mesmo de Messias?

Ele basicamente admite isso para seus discípulos depois da confissão de Pedro: Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo. (16.20). E no capítulo 22, Jesus pergunta aos fariseus de quem Cristo seria filho. Eles disseram-lhe: De Davi. (22.42). Eles entediam alguma coisa da descendência humana Dele, mas não percebiam que Ele era algo mais. Portanto, Jesus leva-os a Salmos 110.1 a fim de mostrar-lhes a verdade sobre o Messias.
Jesus também ensina que existe apenas um Messias verdadeiro: Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. (23.10). Muitos falsos messias surgiriam: Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. (24.5). E mais uma vez: Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito (24.23). Por fim quando o sumo sacerdote pergunta diretamente a Jesus: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste (26.63,64).
Jesus de Nazaré ensinou que Ele é o Cristo, o Messias Ele sabia que era Aquele que, conforme Deus prometera, cumpriria o antigo plano do Senhor de ter um povo para si mesmo.

Resposta das Pessoas a Jesus


Considere como os discípulos demoraram para crer. Pedro, homem de pequena fé, afunda no Mar da Galiléia (14.30). Um grupo de discípulos ameaça inadvertidamente a retardar Jesus com a preocupação de que os fariseus ficaram escandalizados com os seus ensinamentos (15.12). Pedro confessa Jesus como o Messias e, depois, diz a esse Messias que os planos Dele estavam errados (16.22). Os discípulos não conseguem curar um menino com epilepsia por falta de fé deles (17.16,17).
Os discípulos – que se tornaram os líderes da igreja por volta da época em que Mateus escreveu esse relato – tiveram pouca fé durante o ministério de Jesus. Parece que eles não o entendiam.
Quem entendia a Jesus?

Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. (11.25).

Há apenas 2 pessoas no Ev. De Mateus cuja fé desperta uma reação positiva – até mesmo surpreendente – por parte de Jesus: um centurião romano e uma mulher cananéia, representando dois grupos dos quais os judeus eram especialmente inimigos.

E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar.
Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz. (8.8,9).

Jesus ficou atônito com quão bem esse ocupante romano entendeu sua autoridade. Ele também elogiou a mulher cananeia a quem primeiro rejeitou, chamando-a de cachorrinho – ao que ela responde: “Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores”( 15.27). Esses dois gentios aceitaram a autoridade e a missão de Jesus, conforme definidas por Ele, sem questionar. E eles tinham certeza de que Ele podia satisfazer a necessidade deles, pois o viam por quem realmente era: aqueEle que tinha autoridade sobre todos e se preocupava com todos.
Encontramos corretamente pessoas adorando a Jesus. Os magos adoraram-no no inicio (2.2-11). Jesus diz a Satanás que apenas Deus deve ser adorado (4.10), e, a seguir, Ele aceita ser adorado em três ocasiões: pelos discípulos quando, do barco, viram-no andar sobre a água (13.33); pelas mulheres, que estavam no sepulcro, após a sua ressurreição (28.9); e pelos discípulos que viram o Jesus ressurreto (28.17). O sempre honesto Mateus escreve: “Mas alguns duvidaram”.
A mensagem de Mateus é que Jesus é o Cristo, o filho de Davi, o Messias prometido e esperado há muito tempo.

Conclusão

Por que Cristo veio? Por nós!

Essa mensagem está explicita no Ev.de Mateus. Jesus é o Messias, o Cristo. Mateus ensina que você e eu pecamos. Separamo-nos de Deus. E, agora, estamos sob o justo julgamento Dele. Todos nós, sem exceção. Mas Cristo veio em amor para levar sobre si a punição por nossos pecados e para ressuscitar em vitória sobre a morte. Então, Ele veio por nós, chamando-nos para que nos arrependamos e creiamos, para que confiemos Nele, para que nos afastemos do pecado e tenhamos uma nova vida Nele.


NOtas:


Mark Dever. A Mensagem do Novo testamento. Uma exposição Teológica e Homilética. 1º edição CPAD. Rio de Janeiro. 2009.

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